Ontem recebi essas duas perguntas assim, “na lata”.
Após pensar um pouco, reconheci que é muito difícil generalizar sobre o que as empresas buscam nos profissionais, sem podermos avaliar qual a vaga, qual o desafio, quais os valores da empresa etc., mas, de antemão, o que sabemos é que a empresa, quando abre uma vaga, tem sempre um problema que precisa resolver e busca a pessoa que vai chegar com as ferramentas técnicas e comportamentais necessárias para resolver esse problema.
Geralmente, os problemas giram em torno de aumentar a lucratividade, diminuir os custos ou aumentar a eficiência, e cabe a você, candidato, através da descrição de cargo e do que consegue estudar sobre a empresa (internet está aí para isso!) entender o que ela está buscando e se/como você a ajudaria a resolver esse problema.
Além disso, também é importante você avaliar se a empresa possui aquilo que você busca para a sua carreira em médio e longo prazos, afinal, foi-se o tempo em que somente a empresa escolhia, hoje em dia o candidato também tem o poder (e o dever) de escolher se aquela empresa é ideal para ele.
Algo que já é muito falado por nós de RH desde sempre, mas que está cada vez mais em voga, são as soft skills, ou competências comportamentais. Cada vez mais, as empresas têm entendido que o conhecimento técnico é mais fácil de ensinar que as habilidades comportamentais, por isso, tenha a certeza de que a empresa busca alguém que seja aderente também ao perfil comportamental que ela espera.
E isso varia de empresa para empresa, não existe um candidato que seja ideal para todos os tipos de empresa. Quer ver só? Por exemplo, empresas que são mais burocráticas e que têm uma tomada de decisão mais lenta, dificilmente vão ver um candidato extremamente ágil como o candidato ideal, se não quiserem mudar o ritmo da empresa, pois sabem que essa pessoa vai se frustrar muito rápido e não vai conseguir se adaptar a esse ritmo. O mesmo vale em um caso oposto, é preciso estar no timing certo de cada uma delas.
Então não existe uma receitinha de bolo (que bom seria!) que te fale exatamente quais competência desenvolver para ser o melhor candidato para uma vaga, mas existem algumas que são mais gerais, como a resiliência, trabalho em equipe, comunicação assertiva etc.
Acredito que o candidato ideal nada mais é do que a pessoa que melhor se encaixa nas solicitações da empresa, e o candidato ideal em uma empresa pode não ser o candidato ideal para outra empresa. Diante disso, a minha principal sugestão é: estude BEM e compreenda BEM quais são as solicitações que estão sendo feitas para aquela descrição de cargo. Se tornar o candidato ideal é se encaixar perfeitamente na vaga e na empresa, tanto técnica como comportamentalmente.
Ainda, é muito importante manter-se sempre atualizado sobre a área e sobre o mundo. Você precisa saber conversar sobre diferentes assuntos, sobre como está o mercado para aquela empresa, sobre os principais concorrentes dela etc.
Outro ponto importante é balizar a vaga de acordo com o seu conhecimento prévio. Não dá para querer dar um passo maior que as pernas e querer um cargo muito mais alto do que o que você tinha anteriormente, mas também não é legal dar um passo mais curto do que o que você já trilhou até aqui. A cadeira deve ser aderente à sua capacidade e às suas entregas, nem muito mais, nem muito menos.
Moral da história: você se torna o candidato ideal quando você se sente confortável com o que está ali na descrição de cargo, mas não confortável demais a ponto de não se sentir desafiado, e sim confortável na medida certa, com um pouco mais de complexidade para que você tenha para onde crescer. Também quando você entrega as competências que aquela empresa precisa para resolver aquele problema. Não é sobre para quantas vagas você se candidata, é sobre para quais.
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Aline Gobbi
Ajudo Executivos a construírem sua marca no mercado de trabalho | +15 anos como líder de RH de grandes empresas nacionais e multinacionais, Executive Search, Psicóloga | +34k seguidores | 170 artigos publicados.
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