O caminho para o empreendedorismo pode começar de forma inesperada, como foi o meu caso. Aos 15 anos, eu já estava empreendendo, mas a jornada não começou da forma que muitos imaginam. Vou compartilhar como a minha paixão pela música me levou a uma carreira que não só me rendeu uma renda significativa na adolescência, mas também me ensinou valiosas lições sobre negócios .
O Primeiro Passo: Promotor de balada
A história começou quando eu tinha apenas 14 anos. Eu era promotor da Lúmen, em Osasco, um emprego que, na verdade, era quase voluntário, mas que me dava a liberdade de entrar de graça na balada. Sempre fui apaixonado por música e gostava muito de dançar, e foi no meio desse ambiente vibrante que descobri a profissão de DJ.
Foi uma revelação. Não apenas eu poderia desfrutar mais da música, mas também transformá-la em uma fonte de renda.
Formando uma Parceria
Decidi me juntar a dois amigos, o André e o Diego, que já eram DJs, e estavam no mercado muito jovens. Eles cobravam R$ 112,00 por festa, o valor do salário-mínimo na época. Eu, como um curioso e entusiasta, levei meu Discman e comecei a receber R$ 10,00 por festa. Lembro muito bem do meu primeiro pagamento. Mal sabia eu que esses R$ 10,00 seriam meu ponto de partida.
Após realizar quatro festas com eles, consegui juntar R$ 40,00 e comprei meu segundo equipamento: um Strobo, aquela luz que enche o ambiente de energia. Com isso, percebi que cada novo equipamento não apenas melhorava a qualidade das festas, mas também me dava mais voz e participação financeira na sociedade que formamos.
Empreendedor ao 15 anos
Ao longo do tempo, equipar meu set de DJ se tornou uma prioridade. Adquiri uma potência mais forte para as caixas, um Mixer top de linha usado e, em seguida, dois tocas CDs da Gemini. Cada novo item melhorava não só as festas, mas também os meus ganhos. Foi aí que eu propus refazer nossa proposta de sociedade, já que eu havia investido e melhorado a qualidade do que oferecíamos.
Aos 15 anos então, comecei a minha empresa de som e iluminação para aniversários, debutantes, festas de final de ano de escolas e empresas, utilizando as caixas de som e iluminação emprestadas dos meus parceiros que eu ainda não tinha, e emprestando para eles os meus. Com isso, passei a receber o cachê integral de R$ 120,00 – o salário-mínimo da época trabalhando de 4 a 6 horas aos sábados. Dois sábados do mês me possibilitava faturar mais de R$ 3.200,00 nos dias de hoje, com apenas 15 anos.
Desafios e Aprendizados
Contudo, todo bom negócio enfrenta desafios. A sociedade de compartilhamento de equipamentos durou até o dia em que as duas equipes tiveram festas marcadas para o mesmo dia. Por um tempo eu peguei caixas emprestadas com outra turma, mas logo passei o equipamento para o meu irmão mais novo e segui para novos rumos.
Mudança de Rumo e nova profissão
Esse ciclo de festas e DJ perdurou até eu completar 17 anos. Nesse ponto, decidi que era hora de expandir ainda mais meus horizontes e entrei na faculdade de Direito. A música e o empreendedorismo nunca deixaram de fazer parte de minha vida, mas essa nova fase me trouxe uma outra paixão: o Xote de Colo, uma Banda de Forró universitário. Mas isso vou deixar para a próxima história.
Conclusão
Minha trajetória como empreendedor começou com uma simples paixão pela música e uma oportunidade de conhecer pessoas certas que já estavam na profissão desde Jovens. O que aprendi nesse caminho foi inestimável, e espero que minha história inspire outros jovens a buscar suas próprias oportunidades e a transformar suas paixões em carreiras desde cedo. O empreendedorismo é uma jornada cheia de desafios, mas a recompensa é imensa.