Uma mudança de Paradigmas
Tudo começa de algo que já existe. Então vamos voltar rapidinho no tempo pra entendermos em como chegamos até aqui, segundo a evolução do Marketing do nosso Pai Kotler.
Marketing 1.0
Nasceu com a Revolução Industrial e com o surgimento da produção em massa. O principal objetivo de uma empresa era produzir, se produzisse, vendia. Quando a demanda é maior que a oferta, a opinião do cliente não é tão importante.
(a opinião do cliente não valia quase nada)
Marketing 2.0
Surge junto com a era da informação e o desenvolvimento das mídias de massa. Os consumidores passam a comparar a ter as suas preferências. Surge o conceito de 4 P’s (preço, praça, produto e promoção) e o cliente passa a ter um poder maior de decisão.
(um trabalho correto de marketing é o caminho para ir bem)
Marketing 3.0
Acontece na virada do século XX, junto a massificação dos computadores e da internet. Agora, mais que produto, as pessoas compram marcas pelo seu significado e símbolo de status e as empresas passam a se alinhar com os valores das pessoas.
(mais que um bom marketing preciso me conectar com as pessoas)
Marketing 4.0
É uma evolução deste conceito de entrega de valor, com a explosão da tecnologia como possibilidade de interação, aprendizado e troca de relacionamento entre as pessoas e as marcas, surge o conceito de Marketing Horizontal.
(para me conectar como essas pessoas, agora temos a interatividade do ambiente digital)
Marketing Horizontal
No marketing vertical tradicional, a empresa determina o que irá vender e comunicar, escolhe seu público e estratégia de comunicação e assim o faz.
No marketing horizontal as pessoas e as marcas estão em uma mesma linha, em um mesmo ambiente digital e social que permite um troca em tempo real de informação e conhecimento, e ao mesmo tempo totalmente democrático, onde só se consome o conteúdo que se quer. Ou seja, no marketing digital horizontal a marca produz seus produtos e comunicações com base naquilo que as pessoas querem vem e consumir digitalmente. Em casa contrário, a distração ganhará força e todo esforço de comunicação poderá ser praticamente nulo, mesmo que forçosamente pago.
Dos 4 P’s aos C’s: O marketing horizontal
Em um mundo conectado o conceito de mix do marketing evoluiu, o que eram 4 P’s, tradicionalmente conhecidos como ambientes de marketing, no digital é percebido como 4 C’s.
>>Produto (Product)
>>Preço (Price)
>>Praça (Place)
>>Promoção (Promotion)
X
>>Cocriação (Cocriation)
>>Moeda (Currrency)
>>Ativação Comunitária (Communal Activation)
>>Conversa (Conversation)
Cocriação(Cocriation)
É uma nova estratégia para criação de produtos, onde o consumidor possa a atuar desde o estágio da concepção. Pense, por exemplo, em um produto que surgiu graças a sugestão de um grupo de clientes. Ouvir e responder hoje é mais que uma obrigação digital, é uma oportunidade de negócios. Que negócio você pode criar a partir de insights que teve ouvindo clientes?
Moeda (Currrency)
É uma nova forma de entender os preços através de um conceito de precificação dinâmica que permite estabelecer preços flexíveis, que flutuam assim como a moeda. Pense, por exemplo, na possibilidade de troca de preço e até mesmo da criação de uma promoção em tempo real, que pode durar apenas uma hora. Com tecnologia e venda digital, dá pra fazer e deve ser feito. Que estratégias de preço randômico você pode consegue em suas vendas On-line?
Ativação comunitária(Communal Actiovation):
É um novo conceito para praça e canais de venda, que entende que disposição geográfica on-line mudou todo o modelo de compra e pesquisa de produtos que tínhamos até então. Agora além de uma não necessidade de um ponto físico, ou até mesmo um produto pronto para vendes, o ambiente digital permite ainda uma distribuição ponto a ponto, entre pessoas, e através da tecnologia, facilita o acesso a serviços e mudando completamente o comportamento de compra que tínhamos até aqui, como por exemplo: Mercado Livre, Airbnb, Uber, Ifood…Que modelo de serviço on-line escalável as pessoas precisam e pagariam por? Descubra isso, fique rico e depois me pague um almoço?
Conversa (Conversation):
Ouvir as pessoas e escutar o que elas tem a dizer é um incrível aprendizado para empresas, como também uma obrigação, hoje o consumidor interage com as mensagens e tem acesso a sistemas de avaliação, como o Trip Adviser, por exemplo, que pode influenciar 100% em uma decisão de compra.
No ambiente on-line acreditamos mais na opinião de pessoas que de marcas, por isso mais que comunicar empresas e produtos é preciso ouvir e estar aberto ao diálogo. Você querendo ou não, ele já está acontecendo. Quando foi a última vez que tentou conversar com o seu público?
Pontos Fortes & Pontos Fracos do Marketing Digital
O Marketing Digital é ao mesmo tempo maravilhoso e problemático. Por mais que permita um acesso até gratuito a pessoas que nunca iriam ter contato com a sua marca, conseguir utilizar o máximo de cada ferramenta ainda é um grande desafio.
Entenda o que esse ambiente traz de positivo e o que precisamos considerar como um possível problema durante nosso planejamento digital.
O que tem de positivo:
- O Marketing Digital permite comunicação direta, personalizada e no momento certo, permitindo que o usuário interaja e participe do meio.
- Possibilita investimentos com baixos orçamento e uma possibilidade de segmentação muito específica.
- Permite maior controle de retorno sobre os investimentos e uma alta capacidade de armazenamento de informações.
- Permite o acesso à informação e a pesquisa sobre qualquer assunto em tempo real.
- E o melhor de tudo, permite mensuração total de resultados, com diversas possibilidades de métricas.
O que tem de positivo negativo
O que ainda tem de ruim, e que precisamos levar em considerações em nosso planejamento.
- A baixa credibilidade do meio. No on-line ainda muito difícil separar o verdadeiro do Fake News e passar ideia de segurança e qualidade. As pessoas já são naturalmente desconfiadas e a web só aumenta isso em cada um nós.
- O foco de atenção dos clientes é cada vez menor e muda mais rápido. Por isso, a comunicação digital exige uma cada vez mais impacto, assimilação e atenção.
- Querendo ou não a internet no Brasil ainda não é boa, principalmente se pensarmos em dados para vídeos, e além, disso em todo Brasil cerca de 30% das pessoas ainda não tem acesso a internet, em geral pessoas de classe mais baixa, com menor escolaridade, mais velhas, em especial aposentados e donas de casa.
#Pareprapensar
- Efeito Google > SEO mudou a forma de pesquisa e escrita. Nossos sites são criados da forma com que as pesquisas buscam, não exatamente com a palavras que as marcas gostariam de usar.
- Efeito Redes Sociais > Em geral confiamos mais na indicação do nosso círculo social, do que em marcas. Pense-bem: Você se convence mais com o anúncio, ou com os comentários das pessoas sobre eles?
- Efeito Tecnologia> Serviços inovadores como Uber, Ifood, Netflix, Spotify, são capazes de mudar paradigmas e forma que vivíamos até hoje. Qual será a próxima inovação e o que ela irá transformar?
- Mobile Body > O SmartPhone é quase que parte do nosso corpo, funciona como uma extensão. Com ele buscamos aquilo que queremos saber, nos comunicamos com quem queremos falar, compramos, estudamos, relaxamos…é uma extensão do nosso cérebro capaz de armazenar aquilo que jamais conseguiríamos naturalmente. Fique alguns dias sem celular e pense o quanto já somos totalmente dependentes do aparelho e da internet.
#Dicadeouro
Mesmo que fora do seu target inicial existem 2 públicos para você sempre levar em consideração em seus planejamentos on-line.
Uma delas são os:
- Jovens: primeiro pela quantidade, hoje existem no mundo 1,8 bilhão de jovens entre 18 e 24 anos, o maior patamar da história. Segundo pela quantidade de horas online e por ser o maior grupo em uso, terceiro pela ampla capacidade de influenciar pessoas, compartilhar conteúdo e gerar tendências, e quarta por se tratar de um público ainda em construção de ideias, com maior probabilidade de abertura a algo novo.
O outro são as:
- Mulheres: desde sempre são coletoras de informações e gerentes do lar. As mulheres podem passar horas examinando preços, pesquisando on-line, muitas vezes voltando a passos anteriores para reavaliar. São as maiores responsáveis de compras da grande maioria dos segmentos (como você pode ser no quadro abaixo) e segundo o IBGE o números de mulheres chefes do lar mais que dobrou nos últimos 15 anos. O contingente de lares em que elas tomam as principais decisões no Brasil saltou de 14,1 milhões, em 2001, para 28,9 milhões, em 2015 — avanço de 105%.
Como curiosidade, vejam em quais segmentos os homens são mais atuantes que as mulheres em compras on-line.