Ontem eu fiz uma reunião com uma pessoa muito interessante que me acendeu um alerta de que existe um assunto que eu nunca abordei aqui, mas que seria extremamente importante fazê-lo.
Eu conheci essa pessoa há mais de 12 anos, perdemos contato e agora reativamos esse contato. A lembrança que eu tenho dela é de ser super ativa, engajada, mão na massa, otimista, total agente catalisador de mudanças. Pessoa admirável antes e agora mais ainda!
Quando falei com ela ontem, vi a mesma pessoa de 12 anos atrás, com as mesmas características. Gosto muito de pessoas cheias de energia voltada para o trabalho e vi uma pessoa assim. Entretanto, conforme nossa conversa foi se aprofundando, ela me relatou momentos bem intensos que viveu na carreira dela, culminando em um seríssimo burnout.
Para quem está de fora, burnout pode parecer “frescura”, mas o assunto é sério e deve ser tratado com a seriedade que precisa, para que possamos mudar essa realidade de tantas pessoas em tantas empresas.
E qual o papel da liderança em questões tão importantes como essa?
Uma das grandes responsabilidades da liderança de uma equipe é sempre manter um espaço de segurança psicológica, onde cada pessoa saiba o que se espera dela e tenha tranquilidade suficiente para acender o red flag quando sentir que a demanda está demais.
Sobrecarga não é bacana, não deve ser valorizada. Aquelas pessoas que acham que trabalhar 14h/15h por dia e contar isso pra todo mundo é “legal” estão totalmente fora de moda. Nossa sociedade precisa parar de romantizar a sobrecarga! Você não poder ir a um happy hour com amigos porque ficou “preso” até mais tarde no trabalho, ou não poder fazer um passeio legal no fim de semana porque precisa entregar um projeto atrasado, não é algo bonito de se contar! Quando todo mundo entender isso e tiver espaços seguros para acionarem o botão de emergência quando perceberem que isso está acontecendo com frequência, certamente os incidentes de burnout serão muito reduzidos.
O líder precisa organizar as demandas da área de acordo com a capacidade e senioridade de cada membro da equipe, distribuindo adequadamente, deixando pessoas como backup de ajuda para quando um não estiver dando conta de tudo aquilo e monitorando isso de forma eficaz.
Uma outra coisa que o líder deve fazer para promover a saúde mental no trabalho (e evitar colapsos) é promover o autoconhecimento das pessoas que fazem parte da equipe. Você precisa se conhecer para saber quando está no limite para você, ou quando você aguenta mais, quando tem capacidade para fazer algo, ou quando isso vai te demandar tanto e gerar tanto estresse que talvez seja melhor não. As pessoas não se conhecem! Elas vão, no automático, assumindo mais responsabilidade, ascendendo profissionalmente, mas, muitas vezes, não fazem o que gostam, não querem estar ali, estão apenas “deixando a vida levar”. Precisamos quebrar esse ciclo do automático e permitir que as pessoas saibam o que gostam, o que não gostam, o que preferem fazer sozinhas, o que preferem fazer em grupo… com autoconhecimento e espaços de diálogo, o trabalho dentro de uma equipe se torna colaborativo, algo gostoso de se fazer.
E também vejo mais um ponto como uma obrigação do líder de pessoas, que é a fomentação de ações e espaços voltados à saúde mental. A empresa precisa promover ações voltadas a esse tema tão importante e se isso não é feito por iniciativa livre da empresa, cabe ao gestor preocupado com sua equipe o estímulo para que isso ocorra. Palestras sobre o tema, grupos de acompanhamento do estado de saúde mental das equipes e pessoas, ações de descompressão… tudo isso é muito importante para as pessoas e muito bem-vindo para as empresas.
A maior parte dos nossos dias estamos trabalhando e precisamos fazê-lo em um ambiente gostoso, agradável, saudável, seguro e maduro.
Se você é um líder de pessoas e está lendo isso agora, aproveite o mês de setembro para refletir:
- Dentro da sua equipe, o que você pode fazer melhor para que eles sejam mais felizes e saudáveis no trabalho?
- Como melhor dimensionar a demanda de cada um?
- Como criar sombras de atividades para que um consiga cobrir o outro, quando necessário?
- Como promover o autoconhecimento?
Pense, reflita e coloque a mão na massa! Peça ajuda do RH da sua empresa e, se quiser trocar umas figurinhas sobre isso, conte comigo!
Saiba mais sobre como posso ajudar você!
Aline Gobbi
Ajudo Executivos a construírem sua marca no mercado de trabalho | Ajudo Empresas a posicionarem seus Executivos de forma estratégica e maximizar seus resultados | +15 anos como líder de RH de grandes empresas nacionais e multinacionais, Executive Search, Psicóloga | +34k seguidores | 181 artigos publicados.
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