Para começar, veja este dado: de acordo com uma pesquisa da OIT em 2022, ambientes de trabalho com bons indicadores de diversidade são mais produtivos, inovadores e promovem uma cultura de maior bem-estar. Além disso, uma pesquisa da Accenture em 2019 revela que empresas que investem em diversidade têm uma cultura de inovação 600% maior do que aquelas que não investem. Isso ocorre principalmente porque colaboradores em empresas inclusivas sentem menos medo de cometer erros.
Mas e se você não fizer parte de um grupo diverso? Primeiro, é importante lembrar que todos têm algum aspecto de diversidade. Cada pessoa possui características biológicas, sociais, culturais, regionais, entre outras, que influenciam seu lugar na sociedade.
Por exemplo: segundo a BBC, os 10% mais ricos do Brasil recebem acima de R$ 3,5 mil por mês, enquanto 70% da população ganha até dois salários mínimos por mês. Esse dado nos ajuda a entender que nossas decisões de vida são baseadas no acesso que temos. Imagine quem recebe menos: como essas pessoas podem ter acesso a cursos de inglês ou priorizar estudos, por exemplo? Determinados grupos possuem acessos que outros não têm. No Brasil, 87% da população pertence a algum grupo minorizado (esse é o termo utilizado para descrever grupos de diversidade cujas características influenciam seu acesso dentro da sociedade.)
No Brasil, os principais grupos minorizados incluem diversidade racial, de gênero, LGBTQIAP+, pessoas com deficiência, sociais, geracionais, entre outros. E se você não pertence a um grupo minorizado, ainda assim, faz parte dessa discussão! Seja você parte dos 87% ou dos 13%, você faz parte dessa conversa dentro do ambiente corporativo.
É provável que você já tenha lido notícias sobre investidores exigindo indicadores de diversidade antes de investir em empresas. A bolsa de valores Nasdaq, por exemplo, exige uma participação mínima de diversidade nas lideranças das empresas listadas. Ou seja, se decisões de negócios estão sendo tomadas com a diversidade como um indicador, todos na empresa são impactados.
Como isso se relaciona com a sua carreira?
A diversidade é uma “soft skill” cada vez mais valorizada entre os profissionais. Portanto, se você é um homem branco, cis, heterossexual, sem deficiência e entre os 10% mais ricos, é provável que o mercado comece a esperar que você tenha esse conhecimento. Não se trata de exclusão, mas de inclusão. Além de uma avaliação da sua performance sob essa nova perspectiva, os dados apresentados no início deste texto comprovam que ao adquirir essa habilidade, você estará contribuindo para o sucesso do negócio.
Então, qual é o papel de uma pessoa aliada?
- Humano: Primeiro, precisamos entender nosso próprio lugar na sociedade e os acessos que nossas características nos proporcionam.
- Comportamental: A partir daí, reconhecemos que existem outras características e perspectivas na sociedade, e que há comportamentos diferentes dos nossos na organização. Compreender que lugar de fala não é exclusividade é reconhecer de onde você narra sua história e entender que você faz parte de outras narrativas. Por exemplo, como uma pessoa branca, estou incluída na pauta antirracista da minha perspectiva.
- Carreira e Negócio: Com o entendimento de que a pauta da diversidade está enraizada na cultura e nas estratégias de negócios, será esperado que você tenha um comportamento inclusivo com seus colegas de trabalho. Dependendo do modelo de negócio e da sua formação, você pode ter outros KPIs específicos, além de identificar lacunas de mercado, tendências de consumo, e várias outras possibilidades entre o mundo corporativo e o varejo.
- Experiência: No contexto corporativo, diversidade se refere às características que diferenciam os colaboradores, enquanto inclusão é sobre fazer com que todas essas pessoas diferentes se sintam parte do grupo. Procure experiências que você goste sobre o tema, siga influenciadores, veja séries, participe de eventos e faça amigos de diferentes lugares. Além disso, busque por eventos que abordem esses temas.
À medida que o mundo dos negócios evolui, a diversidade não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica. Empresas que reconhecem e promovem a diversidade não só criam ambientes de trabalho mais justos e inclusivos, mas também se destacam em inovação, produtividade e competitividade. Como vimos, ser uma pessoa aliada não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também um diferencial profissional. O conhecimento e a prática da inclusão se tornam ferramentas poderosas para navegar e prosperar no mercado atual.
Neste espaço, continuaremos a explorar como a diversidade pode transformar negócios, carreiras e, mais importante, a sociedade como um todo.
Lembre-se: diversidade é um bom negócio!
Saiba mais sobre como posso ajudar você!
Aline Gobbi
Ajudo Executivos a construírem sua marca no mercado de trabalho | +15 anos como líder de RH de grandes empresas nacionais e multinacionais, Executive Search, Psicóloga | +34k seguidores | 149 artigos publicados.
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