No trabalho, o seu valor (não enquanto ser humano, mas enquanto colaborador) gira em torno de três variáveis:
- O resultado que você entrega (se está abaixo, na média ou acima da média);
- A qualidade do seu relacionamento no ambiente (se é positiva ou negativa); e
- A aderência às regras e normas da empresa.
Vamos analisar individualmente cada ponto, para entendermos melhor.
O resultado que você entrega
Quando uma empresa abre uma vaga é porque está com algum tipo de problema, seja de organização, atendimento, vendas, produção, qualquer que seja. A empresa vai investir um valor e fazer uma contratação com o objetivo de resolver esse problema. Então, quando você foi contratado, a empresa (seu gestor imediato) tinha uma expectativa sobre um resultado, e você precisa constantemente analisar se está entregando de acordo com essa expectativa.
Quando falamos em resultados, é mais fácil avaliar quando existem metas definidas, como na área comercial ou de produção, por exemplo. Quando as metas são subjetivas, ou de qualidade, fica mais difícil. Então, não deixe a responsabilidade somente para a empresa avaliar você. Caso você não receba feedbacks frequentes sobre o seu trabalho, não espere, faça o movimento de levar para o seu gestor essa questão. Considerando que o gestor tem mais experiência, você pode começar uma conversa com ele, por exemplo, perguntando o que fazer para melhorar os seus resultados, receber uma promoção, ou aumentar o seu salário. É fundamental você deixar claro para a empresa o seu objetivo profissional e a sua disposição para alcançá-lo.
Em empresas menores, o processo de avaliação geralmente não é formal. A conversa é facilitada pelo tamanho da empresa, mas o problema é que a sua avaliação vai depender da memória do seu gestor e das condições do momento (por exemplo, uma baixa produção pode levar a uma avaliação errada.)
Nas empresas maiores, há a facilidade de um processo formal de avaliação, isso elimina a interferência emocional, mas, por outro lado, podem ter outras questões que dificultem o acesso a níveis mais elevados de hierarquia, interferência política, você ser encarado como uma ameaça para o seu gestor imediato, dentre outras.
Em todos os casos, não podemos nos esquecer de que quem faz o ambiente de trabalho são as pessoas. Muitos gestores são fechados, falam pouco, ou estão sobrecarregados. Então a sua iniciativa de falar sobre seus resultados vai te dar a oportunidade de ter um nível de contato mais maduro. Você pode começar a ser visto, a partir daí, como alguém que realmente se preocupa com a empresa. (Mas não adianta apenas se preocupar com a empresa, sempre tenha em mente que a empresa te contratou tendo um problema e você precisa ajudar a empresa a resolver esse problema entregando resultados.)
Sabendo o que é esperado de você, é possível, por conta própria, fazer sua auto-avaliação. Seus resultados estão abaixo, na média ou acima da média? Se tiver metas diárias, mensais ou semestrais, você consegue superar essas metas? Se além da preocupação com a empresa, você entrega resultados satisfatórios na sua função, então esse será um ponto muito positivo a seu favor.
Qualidade do seu relacionamento no ambiente de trabalho
Não importa o tamanho da empresa, você ajuda a melhorar o ambiente? Aqui entra um tipo de competência que eu chamo de “competência estratégica”. A pessoa que desenvolveu esse tipo de competência, consegue jogar a favor da sua carreira.
Competência estratégica não é manipular as pessoas. Muita gente manipula para alcançar seus objetivos. Pessoas que manipulam não respeitam os outros, fazem fofoca, agem como se fossem amigas elogiando de perto e criticando de longe. Essa forma de atuação, que é muito comum, prejudica a sua carreira profissional. Quem faz isso esperando ganhar algo, geralmente se dá muito mal.
E para entender as pessoas e aumentar a sua capacidade de relacionamento, vou fazer um breve resumo dos tipos de personalidade que encontramos no ambiente de trabalho. Para isso eu vou usar a metodologia DISC. O DISC conta quatro tipos de comportamentos: dois deles são extrovertidos e dois introvertidos:
– Tem aquela pessoa que é mais objetiva, que fala diretamente o que pensa, e esse comportamento pode ser confundido com grosseria. Esse comportamento está em busca de resultados, seja qual for a atividade.
– Tem a outra pessoa que fala indiretamente, faz rodeios, até chegar aonde quer chegar. Ela faz isso porque se preocupa com o impacto da sua comunicação no ambiente de trabalho, e não quer prejudicar os relacionamentos, que para ela são o mais importante.
– Tem a pessoa que não fala, a não ser que você pergunte algo. São pessoas mais discretas, se não perguntam, não palpitam. Essas pessoas tendem a passar despercebidas no grupo, mas são ótimas ouvintes.
– E tem aquela pessoa que tem medo de falar e se comprometer, por isso ela prefere seguir regras e normas, mas, se ela se sentir ameaçada, pode ser bem direta na comunicação e bem afiada nas suas observações.
Voltando à qualidade do seu relacionamento no trabalho, você precisa analisar o impacto que você causa: é mais positivo ou mais negativo? Pensando estrategicamente, você pode até ter razão em algo, mas se o resultado disso for negativo para a sua carreira, você precisa repensar se vai dizer ou não isso.
Aderência às regras e normas a empresa
Aqui tem um ponto que é o seu nível de maturidade. Empresas são formadas por pessoas. A cultura ou o clima são iniciados pelos donos da empresa, mas depois ganham uma dimensão maior. Todos contribuem para que o clima seja positivo ou negativo, inclusive você.
Ambientes de trabalho positivos são estimulantes e desafiadores na medida certa. É quando a empresa consegue equilibrar o nível de exigência com as competências de seus colaboradores. Exigir mais do que a pessoa consegue entregar, gera ansiedade. Por outro lado, se a competência e capacidade forem maiores que o desafio, podem gerar tédio no colaborador. Portanto, equilibrar esses dois fatores não é tarefa fácil.
As regras e as normas geralmente existem para que as empresas consigam funcionar com um mínimo de organização. Aderir a essas regras e normas não é uma opção. Se você entrou em uma empresa, você precisa aceitá-las (por isso é tão importante conhecer a empresa onde você está entrando.) Um autor chamado Ran Charan, no seu livro Pipeline de Liderança, comenta que, se você é colaborador de uma empresa, você precisa seguir as regras e normas dela. Mas se você for promovido a um cargo de liderança, precisa fazer mais do que isso, além de aceitar, precisa também divulgar as regras e normas da empresa.
Não importa se você é introvertido ou extrovertido, ou o seu tipo de comportamento. Se você entrega resultado e tem um comportamento positivo, a empresa não vai querer perder você. Mas você precisa dizer para a empresa o que você espera dela, e perguntar o que a empresa espera de você, e o que você precisa fazer para assumir postos mais altos e crescer na sua carreira, se essa for a sua vontade.
Fazendo isso, tenha a certeza de que você será notado.
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Aline Gobbi
Ajudo Executivos a construírem sua marca no mercado de trabalho | Ajudo Empresas a posicionarem seus Executivos de forma estratégica e maximizar seus resultados | +15 anos como líder de RH de grandes empresas nacionais e multinacionais, Executive Search, Psicóloga | +34k seguidores | 179 artigos publicados.
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