Aceitar ou não uma contraproposta, por aqui é um tema polêmico. Por aí também?
Quando alguém pede minha opinião com relação à contrapropostas, eu não costumo ser muito favorável, mas eu mesma, há cerca de 12 anos, já aceitei uma, e acho que talvez esse tenha sido o motivo de eu realmente não acreditar na contraproposta.
Long story short: Eu estava há uns 2 anos trabalhando em uma empresa e resolvi olhar o mercado de trabalho, não estava satisfeita lá, me sentia desvalorizada, injustiçada, outras pessoas levavam o crédito pelas coisas que eu fazia, outras pessoas apresentavam meus projetos como se fossem delas, com anuência da minha chefe na ocasião, enfim… com 20 e poucos anos, isso para mim era o fim da picada e, ao invés de sentar e conversar sobre o que vinha acontecendo, me revoltei com a empresa e resolvi colocar um ponto final naquela relação. Passei cerca de 1 ano entrando todos os dias nos sites de todas as empresas que cruzavam o meu caminho no dia (propaganda na TV, carro com logo da empresa e até folder da empresa colado em poste de iluminação da rua, acionavam meu radar para aquela empresa) e cadastrando meu CV no “trabalhe conosco” delas. (Os tempos eram outros e era tudo mais difícil que hoje).
Até que, um dia, depois de 2 entrevistas, recebi uma proposta da empresa de telefonia Nextel. (Ainda existe?) A proposta era legal, a empresa continuava sendo perto da minha casa e eu me encantei com a Diretora de RH na época. Ela tinha 36 anos, era Diretora de RH da Nextel e na mesa dela tinha foto dela com 2 filhos lindos e eu pensei “quero ser igual a ela!”. Na hora de ir embora, ela me acompanhou até o elevador e me perguntou como eu gostaria de estar daqui a 10 anos e eu não tive papas na língua, respondi na lata “igual a você!”. (Claramente não fiz as contas, ela deve ter pensado, pois ela era mais de 10 anos mais velha que eu, mas percebi, na hora, que acendeu um brilho no olho dela e pensei “a vaga é minha!”). E foi mesmo! No mesmo dia, no fim da tarde, me ligaram da Nextel com uma proposta: mesmo cargo, salário maior e a oportunidade de sair daquele ambiente de injustiça que eu estava vivendo.
Dormi feliz e, no dia seguinte, entrei na sala da minha chefe para pedir demissão e ela me pediu até o fim do dia para me oferecer uma contraproposta. Quando ofereceu, boba que fui, aceitei. Na hora que aceitei, fiz isso pois me senti valorizada: poxa, ela realmente precisava de mim! Me oferece uma promoção, aumento de salário e ainda abriu espaço para conversar sobre o que estava me motivando a sair. Aceitei, conversei e na semana seguinte já vi que tinha feito uma grande besteira! Os problemas continuaram os mesmos, com o agravante de que agora tinha uma placa nas minhas costas dizendo “pouca estabilidade”, então colocaram uma “sombra” colada em mim para absorver todas as minhas atividades no caso de eu decidir sair de novo. 11 meses depois, eu realmente saí de lá, dessa vez não teria contraproposta que me fizesse ficar – mas também nem propuseram nada – e o resto é história.
Mas por que eu estou contando meu caso aqui, para falar de contraproposta?
A verdade é que não existe certo e errado. Muitas pessoas aceitam contrapropostas e tem final feliz. Outras, nunca aceitariam, por questão de princípios. Eu, aceitei e não recomendo, mas não quer dizer que não aceitaria nunca mais na minha vida.
Aceitar ou não aceitar uma contraproposta de emprego é uma decisão importante e depende de vários fatores individuais e da situação. Por isso, trago alguns pontos a considerar ao tomar essa decisão:
- Motivações: Reflita sobre suas razões originais para procurar um novo emprego. Se a oferta inicial de emprego atender às suas principais necessidades e expectativas, pode ser uma boa ideia seguir em frente e aceitá-la. No entanto, se você estava insatisfeito com seu emprego atual e as razões para a mudança ainda forem relevantes, talvez seja melhor seguir adiante.
- Conteúdo: Avalie cuidadosamente o conteúdo da contraproposta oferecida pelo seu empregador atual. Considere se ela aborda adequadamente as razões pelas quais você estava procurando outro emprego e se atende às suas expectativas em termos de salário, benefícios, responsabilidades e oportunidades de crescimento.
- Relação com o Empregador Atual: Pense sobre sua relação com seu empregador atual. Aceitar uma contraproposta pode afetar sua relação com a empresa, especialmente se eles se sentirem pressionados a fazer a contraproposta ou se você já havia comunicado sua intenção de sair.
- Estabilidade Financeira: Considere as implicações financeiras de aceitar a contraproposta. Certifique-se de que o pacote de contraproposta seja adequado às suas necessidades financeiras e metas de longo prazo.
- Crescimento Profissional: Avalie se a contraproposta inclui oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional que são importantes para você.
- Outras Ofertas: Se você recebeu uma oferta de outro empregador, compare as duas oportunidades cuidadosamente em termos de salário, benefícios, cultura da empresa e potencial de crescimento.
- Satisfação Pessoal: Considere sua própria satisfação pessoal e o que é mais importante para você em sua carreira. Às vezes, uma mudança de emprego pode ser uma oportunidade para um novo começo que pode trazer mais satisfação.
Em última análise, a decisão de aceitar ou não uma contraproposta deve estar alinhada com seus objetivos de carreira e suas necessidades pessoais. É importante tomar uma decisão que seja melhor para você a longo prazo e que contribua para o seu sucesso e satisfação profissional. Se tiver dúvidas, pode ser útil discutir suas opções com um mentor de carreira ou um consultor de recursos humanos.
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Aline Gobbi
Ajudo Executivos a construírem sua marca no mercado de trabalho | Ajudo Empresas a posicionarem seus Executivos de forma estratégica e maximizar seus resultados | +15 anos como líder de RH de grandes empresas nacionais e multinacionais, Executive Search, Psicóloga | +34k seguidores | 186 artigos publicados.
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